Tiago Pereira na final de pares em Barletta

 Por António Vieira Pacheco

Está na final de pares em Barletta
Créditos: FPT. Algarvio está bom momento de forma.

Tiago Pereira, nome de promessa e alma de guerreiro, selou a sua semana com gestos de rara beleza e significado. Após a estreia, vibrante e orgulhosa, no quadro principal de singulares do Challenger 75 de Barletta, o jovem algarvio voltou a mostrar que os seus passos, ainda pequenos, mas firmes, são para marcar história. Esta sexta-feira, ao lado do neerlandês Mats Hermans, alcançou a sua segunda final de pares no ATP Challenger Tour, um feito que ecoa como uma melodia distante, mas agora nítida, na sua carreira.

O encontro de meia-final foi, no entanto, breve, quase efémero. Em somente 11 minutos de jogo, os adversários Simone Agostini e Gianluca Cadenasso, perante a adversidade do marcador que assinalava já 2-0, decidiram abandonar o campo. A vitória, feita de tão pouco, mas, ao mesmo tempo, de tanto, colocou Tiago num lugar onde o tempo se estende e a memória se faz presente.

Mais de duas décadas depois, o nome do seu pai, Pedro Pereira, reverberou nas areias do destino, ao recordar a única final de pares disputada no Brasil, onde o seu pai, ao lado de Emanuel Couto, perdeu. Agora, Tiago, filho da mesma terra e do mesmo espírito, tem a oportunidade de não só reviver esse momento, mas também de o superar, num país como Itália que promete mais do que o simples jogo de ténis — promete uma história a ser escrita.

Este é o primeiro português a chegar à final de um ATP Challenger Tour em 2025, seja em pares, seja em singulares, o que, por si só, já é um marco. E a promessa de glória está mais viva do que nunca. Para completar a semana dourada de Barletta, Tiago terá de ultrapassar um dos cabeças de série, um desafio que parece feito à sua medida: ou os segundos favoritos, Milos Karol e Vitaliy Sachko, ou os quartos favoritos, Alexander Merino e Christoph Negritu. Seja qual for o caminho, o futuro parece agora, por fim, ao alcance da sua raqueta.


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