Que obstáculo, Rune, Nuno Borges

   Por António Vieira Pacheco
 Créditos: ATP. Maiato pensativo com o sorteio 1000 Monte Carlo.

O sorteio não sorriu ao português. E a sorte, quando não está ao lado, pode ser dura. Nuno Borges viu-se frente a frente com o dinamarquês Holger Rune, o 12.º do mundo, numa primeira ronda dos Masters 1000 de Monte Carlo que, desde o início, parece um desafio imenso. O destino, de mãos invisíveis, lançou-lhe uma tarefa difícil logo à partida, mas no circuito do ténis, parecendo difícil também é onde se forjam as grandes vitórias.

Rune, com a sua classe inconfundível, atravessa uma fase de cuidados, a sombra do joelho que o limita e o impede de brilhar como de costume. O jogador dinamarquês devia ter jogado uma exibição na arena de Nimes, em França, mas o corpo não permitiu. A prudência fez-se mais forte do que o desejo de estar em jogo, e o escandinavo só voltará quando se sentir a 100%. A sua recuperação é a prioridade, e é essa cautela que o acompanha no caminho até Monte Carlo. Poderá desistir e dar o lugar a um lucky loser. Esperemos.

Mas, para o Lidador, 43.º mundial, o sorteio é um golpe de realidade. A pressão do adversário de topo pesa, mas não o intimida na estreia neste Masters monegasco. Sabe que, muitas vezes, o cenário mais difícil é o que oferece a oportunidade de maior crescimento. A sorte não sorriu, mas isso não significa que o jogo esteja perdido. O português, de 28 anos, encara o desafio com a mesma determinação de sempre, pronto para lutar e dar tudo o que tem.

Nos Masters 1000 de Cincinnati, do ano passado, e do ATP 500 de Acapulco, em 2023, onde Rune mostrou a sua superioridade com vitórias de 6-3 e 7-6 (8) e 6-0 e 6-2, respetivamente, já é história. O que importa agora é o presente, o jogo que está prestes a acontecer, onde qualquer coisa pode acontecer. Monte Carlo será o palco onde, mais uma vez, o ténis se transforma numa batalha de forças, talentos e, talvez, um pouco de sorte — ou da falta dela.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

FPT continua em festa

José Santos, o árbitro mais antigo do ténis de mesa

Gilberto Garrido é um farol da Madeira