Borges: 'Sou exemplo para os nossos jovens'

 

A entrevista de Borges ATP
Nuno Borges destacou à comunicação do ATP Tour a paixão de representar Portugal.

Nuno Borges tem consolidado o seu nome entre os melhores do circuito ATP, demonstrando que a sua presença no Top 40 do ‘ranking’ não é fruto do acaso. Com encontros memoráveis frente ao espanhol Carlos Alcaraz no Open da Austrália e ao russo Daniil Medvedev em dois torneios do Grand Slam na última temporada, o Lidador tem usado essas experiências como um trampolim para elevar o seu jogo.

“Penso que se expor a este tipo de jogador faz com que se sinta vulnerável em diferentes áreas”, proferiu Borges ao ATPTour.com durante o Arizona Tennis Classic. “Carlos e Daniil têm estilos muito diferentes, e ambos expuseram aspetos do meu jogo que, talvez, outros adversários não o fizessem. O Daniil pela consistência e foco, e o Carlos pela intensidade e pela forma como nos faz sentir impotentes em certos momentos. Estas são lições que levo comigo para cada treino e cada torneio.”

A carreira de Borges teve um dos momentos mais marcantes no verão passado, quando derrotou Rafael Nadal na final de Bastad, na Suécia, conquistando o seu primeiro título ATP. Para ele, essa vitória na Suécia representa “uma das memórias mais felizes do Tour”. Mas o carinho por Phoenix também é evidente. Com um registo perfeito de 11–0 no torneio, o objetivo esta semana é claro: a tripla conquista no Arizona Tennis Classic.

“Tenho de ter um bom desempenho, nada é garantido. Estou muito feliz por estar aqui, porque este torneio significa muito para mim. É provavelmente o meu lugar mais feliz na América”, afirmou Borges, que viveu quatro anos em Oxford, a cidade universitária do Mississippi, onde se licenciou em cinesiologia em 2019.

Os troféus conquistados no Arizona estão orgulhosamente expostos na sua habitação na Maia, um reflexo do seu estatuto como o jogador português melhor classificado na atualidade. Mas para o Lidador, o impacto da sua carreira vai muito além das estatísticas e troféus. Aquilo que representa para a nova geração do nosso ténis e carinhosamente assumida.

“Acrescenta responsabilidade. Saber que os mais novos olham para mim, não somente os tenistas, mas todas as crianças que sonham em chegar lá. Assumo essa responsabilidade de ser um exemplo. É mais uma motivação para mim, mesmo nos momentos difíceis, manter a postura e encontrar uma solução. Isso dá-me força para dar sempre o meu melhor”, partilhou o tenista.

Para Borges, representar Portugal é um privilégio e um motor para superar os limites. “Ser o número um português foi um sentimento novo para mim e tive de me acostumar. Representar Portugal é sempre uma grande motivação, especialmente na Taça Davis. Nessa semana, dou sempre 110 por cento, independentemente de como me sinta. Sei que há sempre mais para dar.”

Agora, com um terceiro título em Phoenix no horizonte, Borges está pronto para continuar a escrever a sua história e inspirar a próxima geração de talentos portugueses.


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